sábado, 20 de abril de 2024

Alar Benet - "Resistir Até à Morte"


Alar Benet
(Juan Alárcon Benito)
"Resistir Até à Morte"
Colecção Metralha nº.13
Páginas: 124
Editor: Editorial Ibis, Lda.

Durante muito tempo se pensou que os escritores mais lidos e editados em Portugal nas décadas de 50 e 60 do século passado foram os escritores franceses, mas trata-se de puro engano, porque na realidade seriam os escritores espanhóis oriundos da célebre literatura popular a serem os mais lidos e editados.

Já por diversas vezes abordámos por aqui estes homens e mulheres que dedicaram uma vida a escrever livros dos mais diversos géneros, já que era regra o mesmo escritor abordar tanto o policial como o romance, assim como o denominado livro de guerra e o western (as célebres "cowboiadas").

A principal editora do país vizinho que os editava era a editorial Bruguera, que vi as suas colecções a serem publicadas no nosso país, muitas vezes com o mesmo título, enquanto os seus escritores optavam sempre por usar inúmeros pseudónimos para assinarem os seus livros, utilizando sempre nomes de origem anglo-americana. Na net temos inúmeros estudos sobre eles escritos por espanhóis incluindo teses sobre este género literário publicadas em universidades.

Alar Benet é um dos inúmeros pseudónimos usados pelo escritor Juam Alárcon Beniro, sendo John A. Lakewood outro dos pseudónimos mais utilizados por este escritor, já que foram cerca de dez os usados por ele nos livros que escreveu incluindo o de Magda de Medrano, para os romances de temática mais feminina.

"Resistir Até à Morte" filia-se no denominado livro de guerra com a Segunda Grande Guerra como pano de fundo e lê-se de uma penada, se me permitem a expressão. numa escrita escorreita e bem articulada.

Só para terminar gostaria de referir que alguns destes escritores espanhóis combateram na Guerra Civil Espanhola em ambos os lados, o que não foi o caso de Juan Alárcon Benito que tinha apenas 13 anos, mas quando a feroz censura perseguia os seus livros eles defendiam-se uns aos outros, porque estavam todos ligados pelo amor aos livros que escreviam e confesso que já li precisamente um desses casos.

Rui Luís Lima

Sem comentários:

Enviar um comentário