(Arsénio Olcina Esteve)
"Fogo na Grécia" / "Grecia al rojo"
Colecção: Metralha nº38
Páginas: 128
Editorial Ibis
Num recente estudo chegou-se à conclusão de que nos anos sessenta do século passado não eram os autores franceses que eram mais publicados em Portugal, mas sim os Espanhóis, fruto dos livros da denominada literatura popular, que abordavam géneros como o policial, o romance, o western e a guerra.
Nessa época a literatura popular possuía no nosso país inúmeras coleções em diversas editoras que todos os meses lançavam novos livros, destinados a uma legião de aficionados, entre os quais me encontrava e curiosamente em alguns estabelecimentos havia aluguer destes livros tal era o número de leitores.
Nos últimos tempos tem surgido inúmeros ensaios sobre estes escritores espanhóis que abordavam os mais diversos géneros, sendo as editoras Bruguera e Valenciana as que tinham maior edição no nosso país e todos esses escritores usavam os mais diversos pseudónimos para fugir à censura do país vizinho, então governado por Francisco Franco, porque muitos deles durante a Guerra Civil que dilacerou a Espanha, apoiaram o lado Republicano, como é o caso de Arsenio Olcina Esteve, que abraçara a causa anarquista e escrevera imenso nessa época em jornais, tendo optado pelo pseudónimo de A. Rolcest para nos anos cinquenta iniciar a escrita dos seus livros, que rondaram os 650 abordando os mais variados géneros.
"Fogo na Grécia" é precisamente um desses livros que A. Rolcest ou melhor Arsénio Olcina Esteve escreveu e foi publicado numa colecção da Editorial Ibis, intitulada "Metralha" (muitas editoras portuguesas optavam pelo mesmo título das colecções do país vizinho, como sucede neste caso) dedicada ao período da Segunda Grande Guerra, sendo o escritor um dos mais representados nesta colecção de literatura popular.
Arsénio Olcina Esteve nasceu em 1909 e deixou-nos em 1997 e na net poderá encontrar diversa informação sobre a sua vida e obra e assim se desejar poderá ler aqui um interessante artigo sobre este escritor espanhol, que foi bastante lido em Portugal, pelos aficionados da denominada literatura popular.
Rui Luís Lima
«Ao descolar da base aérea de Atenas, o capitão Ed Baxter já estava bem informado sobre a zona que deveria servir de cenário à actuação do seu grupo.
Mas as baterias anti-aéreas modificaram os seus planos.
Não obstante, todos se poderiam ter salvo se o comandante do avião, num desesperado intento de salvar o aparelho, não tivesse contido o impulso da tripulação para abandonar a aeronave.»
Já o grupo de Baxter se tinha lançado no espaço, faltando sómente o seu capitão. Este deteve-se, olhando para o comandante do avião.
- O que o senhor pretende fazer é um idiotice, que só vai beneficiar o diabo!...
Baxter lançou-se no espaço, quando o aparelho já estava em chamas. A explosão sobreveio segundos depois.»
A. Rolcest
"Fogo na Grécia" / "Grecia al rojo"
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